“ArchLabour develops a theoretical framework for assessing mass labour in former colonial territories, in order to shine a spotlight on invisible workers, thus establishing a connection between historical subalternity and today’s inequalities.” read more

Revista: Revista de História das Ideias (Dossier Temático Culturas do Habitar, nº 43, 2ª
série). Coimbra: Imprensa da Universidade (no prelo)
Autora: Beatriz Serrazina
Data: 2025


“Trabalhos da SPAMOI: Aldeia alinhada com cássias ao fundo, 1945” (Source:
Relatório da viagem a África de Simões Neves Arquivo Oliveira Salazar, UL-8A4, cx.
718, pt 1, PT/TT/AOS/D-N/002/0008/00001, Imagem cedida pelo ANTТ)
Bairro para trabalhadores no Caingági, 1963 (Source: Relatório do Serviço de
Construção Civil, 1960-63, DCV-UC/AD)

Summary

As atividades extrativas da Diamang numa ampla região concessionada no
distrito da Lunda, no nordeste de Angola, entre as décadas de 1910 e 1980, exigiram a construção de estruturas em diversas escalas, programas e contextos. Este artigo analisa a produção de habitação para os trabalhadores da companhia mineira, inquirindo os modelos desenhados e adaptados ao território, a diversidade de materiais de construção, assim como os processos de apropriação e contestação que os permearam. Cruzando diversos períodos do colonialismo português em África, o artigo explora agendas transversais que desafiam leituras dicotómicas e padronizadas dos modos de habitar. Entre centenas de aldeias e povoações, habitadas por milhares de trabalhadores e famílias, sobretudo oriundos de várias partes de Angola e Portugal, a Diamang procurou criar um «dialeto corporativo» que, contudo, esbarrou amiúde na ambivalência entre imagéticas urbanas, tanto por parte do poder colonial como por parte das comunidades locais.


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